quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Estudo revela que abortos aumentam chances de parto prematuro


As mulheres que tiveram um ou mais abortos antes de ter seu primeiro filho possuem um maior risco de terem um parto prematuro em uma nova gravidez, aponta um estudo publicado nesta quinta-feira, 30, pela revista médica britânica "Human Reproduction".

Cientistas finlandeses contabilizaram um maior número de partos prematuros e outras complicações relacionadas com o peso dos bebês entre as mulheres que já tinham tido um ou mais abortos antes da gravidez.

"Nossos resultados sugerem que os abortos induzidos antes do primeiro parto, concretamente três ou mais, estão associados com um aumento marginal do risco de parto prematuro", explicou Reija Klemetti, principal autora principal da pesquisa.

Segundo Reija, o resultado dessa pesquisa não deve alarmar as mulheres porque o aumento desse risco, mesmo que comprovado, ainda é "muito pequeno".

A pesquisa, realizada pelo National Institute for Health and Welfare de Helsinque entre 1996 e 2008, contou com a participação de 300.858 mães, detalha a revista publicada pela Universidade de Oxford.

Desta forma, o risco de dar à luz prematuramente, antes das 28 semanas de gestação, era três vezes maior entre as mulheres que já tinham passado por três ou mais abortos, o que, por sua vez, aumenta os riscos dos bebês nascerem com danos cerebrais ou algum tipo de incapacidade.

Além disso, os pesquisadores observaram que estas mulheres tinham 35% a mais de chances de dar à luz antes das 37 semanas de gestação e 225% a mais de risco do filho nascer com "muito pouco peso".

De acordo mo Reija, a percentagem de partos prematuros antes das 28 semanas entre mulheres que nunca abortaram é de três a cada mil.

No entanto, entre as mulheres que já tiveram um aborto, este número sobe para quatro. Entre as mulheres que já tiveram dois abortos, a média é de seis a cada mil, enquanto as que tiveram três ou mais, o número de mulheres sobe para 11.

Estadão

Paciente poderá registrar quais procedimentos quer no fim da vida

O paciente vai poder registrar no próprio prontuário quais procedimentos médicos quer ser submetido no fim da vida, como prevê resolução divulgada nesta quinta-feira, 30, pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e que trata dos limites terapêuticos para doentes em fase terminal.

As regras estabelecem critérios para o uso de tratamentos considerados invasivos ou dolorosos em casos onde não há possibilidade de recuperação. A chamada diretiva antecipada de vontade consiste no registro do desejo do paciente em um documento, que dá suporte legal e ético para o cumprimento da orientação.
O testamento vital, de acordo com o CFM, é facultativo e poderá ser feito em qualquer momento da vida – inclusive por pessoas em perfeita condição de saúde – e poderá ser modificado ou revogado a qualquer instante.
São aptas a expressar esse desejo pessoas com idade igual ou maior a 18 anos ou que estejam emancipadas judicialmente. O interessado deve estar em pleno gozo das faculdades mentais, lúcido e responsável por seus atos perante a Justiça.
O registro poderá ser feito pelo médico assistente na ficha médica ou no prontuário do paciente, sem a necessidade de testemunhas. O documento, por fazer parte do atendimento médico, não precisa ser pago pelo paciente. Se considerar necessário, o paciente poderá nomear um representante legal para garantir o cumprimento de seu desejo.
Caso o paciente manifeste interesse, poderá registrar o termo também em cartório. Conforme o CFM, a vontade do paciente não poderá ser contestada nem mesmo por parentes – o único que pode alterá-la é o próprio paciente.
Segundo as diretrizes, o paciente poderá definir, com a ajuda de um médico, se deseja passar por procedimentos como, por exemplo, o uso de respirador artificial (ventilação mecânica), tratamentos com remédios, cirurgias dolorosas e extenuantes ou mesmo a reanimação em casos de parada cardiorrespiratória.
O presidente do CFM, Roberto Luiz D’Ávila, considerou a resolução histórica, já que trata de um dilema provocado pelo próprio avanço da tecnologia. “Ela [resolução] tem permitido que tudo possa ser feito tecnicamente”, disse.
“Na medicina, trabalhamos com variáveis, as coisas se modificam. O que estamos tentando resgatar é que as pessoas morram no tempo certo, mas de maneira digna”, completou.
D’Ávila ressaltou que a diretiva antecipada de vontade não é válida para alguns casos, como um acidente de carro quando a pessoa tem chance de recuperação e, portanto, deve ser submetida a procedimentos de ressuscitação. “Com o documento, eu [paciente] só estou sinalizando que, quando estiver em uma fase terminal crônica, não quero nenhum esforço fútil ou extraordinário.”
O CFM informou que o Código de Ética Médica, em vigor desde abril de 2010, veda ao médico abreviar a vida, ainda que a pedido do paciente ou de um representante legal – prática conhecida como eutanásia. Entretanto, é previsto que, nos casos de doença incurável e de situações clínicas irreversíveis e terminais, o médico pode oferecer cuidados paliativos disponíveis e apropriados (ortotanásia).
“A medicina paliativa é uma opção hoje muito interessante e regulamentada pelo conselho. A pessoa não será abandonada, o que é um medo muito grande dos pacientes”, concluiu o presidente do CFM.
A Resolução 1.995 deve ser publicada amanhã (31) no Diário Oficial da União.
Confira abaixo os principais pontos da resolução:
As diretivas antecipadas de vontade devem ser registradas de qual forma?
O médico registrará, no prontuário, as diretivas antecipadas de vontade que foram diretamente comunicadas pelo paciente.
As diretivas precisam ser registradas em cartório?
Não é necessário, mas pode ser feito caso o paciente deseje.
É possível cancelar o testamento vital?
Sim, desde que o paciente esteja lúcido para fazer isso. Assim sendo, ele deve procurar o médico para manifestar essa mudança, bem como alterar o documento em cartório, caso tenha sido registrado.
É necessário ter testemunhas?
Não. Porém, pode ser feito como forma de segurança.
Quem pode fazer?
Maiores de 18 anos ou emancipados, desde que estejam lúcidos.
Posso eleger um representante que não seja da família?
Sim. Um procurador pode ser qualquer pessoa de confiança.
Meus parentes tem prioridade acima do meu representante legal?
Não. As diretivas antecipadas do paciente prevalecerão sobre qualquer outro parecer não médico, inclusive sobre os desejos dos parentes.
Posso solicitar a interrupção de qualquer procedimento?
O médico deixará de levar em consideração as diretivas antecipadas de vontade do paciente ou representante que, em sua análise, estiverem em desacordo com os preceitos ditados pelo Código de Ética Médica.
Estadão

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Brasil gasta mais de R$ 20 bilhões para tratar doenças relacionadas ao tabaco


 O Brasil gastou 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2011 para tratar doenças relacionadas ao tabaco, conforme levantamento feito pela organização não governamental Aliança do Controle do Tabagismo (ACT). Os gastos somaram quase R$ 21 bilhões no ano passado. O Dia Nacional de Combate ao Fumo é lembrado nesta quarta-feira, 29, em todo o país.

De acordo com os dados da ACT,  82% dos casos de câncer de pulmão no país são causados pelo fumo. Outros problemas de saúde também são provocados pelo cigarro: 83% dos casos de câncer de laringe estão relacionados ao tabagismo, 13% dos casos de câncer do colo do útero e 17% dos casos de leucemia mieloide.

No Distrito Federal (DF), por exemplo, a arrecadação, em média, é R$ 6,2 milhões mensais com a venda de cigarros (o valor corresponde a 25% do preço por maço). Por outro lado, o governo local gasta R$ 18 milhões por mês com o tratamento de doenças vinculadas ao fumo, segundo o pneumologista e coordenador do Programa de Controle do Tabagismo da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, Celso Rodrigues.

Para o médico, os números mostram o impacto do vício na saúde. De acordo com Rodrigues, o tabagismo cria dependência química, física e psicológica, o que influencia no tratamento. “É muito importante que a pessoa entenda a relação dela com o cigarro. Ela tem que entender por que fuma, por que deseja parar de fumar e onde está a dificuldade, por que não parou até agora”, explica.

A secretaria oferece terapia em grupo, durante um ano e três meses, em 62 unidades de saúde e em 47 empresas habilitadas a atender funcionários interessados em parar de fumar. Ações de prevenção e promoção de saúde também são promovidas em escolas.

Em média, 500 fumantes iniciam o tratamento nas unidades de saúde a cada mês. Cerca de 400 pacientes conseguem deixar o fumo, sendo que 200 têm recaídas durante a terapia - quando os pacientes são orientados a buscar a secretaria novamente caso voltem a fumar.

O cigarro vicia porque o principal componente – a nicotina –  faz com que o cérebro libere dopamina, hormônio que dá uma sensação agradável. O organismo do fumante passa a pedir doses maiores de nicotina para que a sensação se repita e a pessoa sente necessidade de fumar cada vez mais.

Os males causados pelo fumo não são apenas relacionados ao sistema respiratório. Segundo Mônica Andreis, vice-diretora da ACT, as pessoas ligam o cigarro somente ao câncer de pulmão. “Ele também causa câncer de bexiga, boca, língua, faringe, problemas de fertilidade e derrame cerebral.”

Estadão

Fabricantes reduzirão o sal de margarinas e temperos

O Ministério da Saúde e a Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação (ABIA) assinaram nesta terça-feira, 28, um acordo para redução dos teores de sódio de temperos, caldos, cereais matinais e margarinas vegetais. A expectativa é que, com a mudança nas formulações, 8.788 toneladas de sódio sejam retiradas do mercado até 2020. A medida é considera importante para prevenir doenças associadas ao consumo excessivo do sal, como hipertensão e problemas cardiovasculares.

A mudança começa a ser colocada em prática no próximo ano. A redução mais significativa ocorrerá no setor de margarina vegetal. O compromisso é colocar no mercado, já a partir do próximo ano, o produto com 19% a menos de sódio. Pelo plano, em 2015, o teor máximo de mg de sódio a cada 100 gramas será de 715. Atualmente, é de 1.660.
Os cereais terão uma redução de 7,5% no primeiro ano. O teor de sódio do produto, em 2015, deverá ser 15% menor do que o encontrado atualmente no mercado brasileiro. Os caldos líquidos terão uma redução de 3,5% ao ano. O tempero em pasta, de 3,5% ao ano até chegar a 6,5% em 2015. Para tempero de arroz, a meta é retirar 1,3% do sódio anualmente e os demais temperos, 4,3% ao ano.
Esta é a terceira fase do acordo firmado entre Ministério da Saúde e a ABIA. Nas fases anteriores, foi acertada a redução dos teores de sódio de macarrões instantâneos, bisnagas, pão de forma, pão francês, mistura para bolos, salgadinhos de milho, batata frita, biscoitos e maionese. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que o foco, nesta terceira etapa, é reduzir a quantidade de sal consumido por adultos. Os temperos são usados tanto em casa quanto em restaurantes de locais de trabalho e comerciais.
Estadão

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Memória de pessoas com Down melhora com droga para Alzheimer


Um medicamento para pacientes com Alzheimer pode ser a esperança para que pessoas com síndrome de Down tenham uma melhor qualidade de vida. Uma pesquisa da Universidade do Colorado, conduzida pelo neurocientista brasileiro Alberto Costa, mostrou que o uso da substância memantina permitiu resultado superior em um teste de memória verbal. É a primeira vez que uma pesquisa comprova estatisticamente o efeito de um fármaco sobre a cognição de pessoas com Down.
A pesquisa acompanhou 42 pessoas, de 18 a 32 anos, por 16 semanas. Metade delas recebeu o medicamento; a outra metade, comprimidos sem o princípio ativo. Elas passaram por uma bateria de 14 testes neuropsicológicos e o resultado foi semelhante entre os dois grupos em quase todos eles - exceto em um, o California Verbal Learning Test (CVLT).
Neste exame, os participantes receberam nove cartões com palavras de diferentes grupos (alimentos, objetos, ferramentas). Tinham de memorizá-las e repeti-las. O teste foi feito duas vezes, antes e depois da medicação. A pontuação média daqueles que receberam placebo subiu 2,53 entre a primeira e segunda testagem. Entre os que haviam tomado o remédio, a melhora foi, em média, de 5,84 pontos.
"A média foi de 30% de melhora. Três pessoas tiveram melhora muito acima, um comportamento que não existiu no placebo de forma alguma", diz Costa.
O trabalho aponta para a possibilidade de melhora no desempenho de tarefas dependentes da parte do cérebro conhecida como hipocampo, que é responsável pela aquisição de memória, entre outras funções. Isso aconteceu porque a memantina atua no receptor neuronal de NMDA.
Na população em geral, esse receptor é ativado quando se recebe uma mensagem relevante. Nas pessoas com trissomia do cromossomo 21 - a síndrome de Down -, o receptor de NMDA é hiperativo. "É como se o receptor perdesse a seletividade para informações importantes. E quem capta tudo, não retém nada. A memantina previne o receptor de funcionar quando não deve e esse efeito se desliga quando a mensagem é realmente importante", explica o neurocientista.
Costa pesquisou um medicamento para Alzheimer porque há associação grande entre a doença e a síndrome de Down. "Se você olhar no microscópio o cérebro de pessoas com Down aos 40 anos, praticamente 100% delas terão Alzheimer. Já descobriram esse tipo de patologia em crianças com 8 anos. Down é a causa mais precoce de Alzheimer que existe no ser humano."
O fato de a segurança e a eficácia do medicamento serem reconhecidos pela Food and Drug Administration (FDA), agência de vigilância sanitária dos EUA, também facilitou a aprovação da uma linha de pesquisa.
Em laboratório, Costa já havia comprovado o efeito da memantina em camundongos geneticamente modificados para desenvolver a síndrome. Os animais foram colocados numa nova gaiola e, após três minutos reconhecendo o ambiente, levavam um pequeno choque. No dia seguinte, voltaram à gaiola.
Os animais sem Down ficavam paralisados, num comportamento de autopreservação, por mais da metade do tempo. Os camundongos com a síndrome se movimentavam como se nunca estivessem sido colocados ali. Já os que tinham Down, mas receberam injeções de memantina, também "congelavam", por medo. Esse primeiro estudo foi publicado em 2007.
O resultado da pesquisa com humanos foi publicado na revista científica Translational Psychiatry e ganhou destaque no jornal Washington Post. "Ver esse tipo de resultado, com amostra tão pequena, nos dá bastante esperança de que possa ser reproduzido no futuro, e um teste mais longo, que envolva tomar o medicamento por dois ou três anos, realmente melhore a qualidade de vida das pessoas com Down. Quanto mais coisas você armazena, maior é a sua capacidade de executar tarefas diárias", afirmou Costa.
Estadão

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Morre britânico que travava batalha legal por direito a eutanásia

LONDRES - Morreu nesta quarta-feira, 22, o britânico que sofria de síndrome de encarceramento após sofrer um derrame, em 2005, e que travava uma batalha legal pelo direito à eutanásia.

Aos 58 anos, Nicklinson só se comunicava por piscadelas e dizia que sua vida havia virado um "pesadelo" desde o derrame, que o deixou paralisado. Ele brigava na Justiça britânica pelo direito de ser submetido ao suicídio assistido, alegando que a impossibilidade de fazê-lo o condenaria "a uma 'vida' de sofrimento crescente".
Mas, na semana passada, a Justiça negou o pedido, considerando que a lei britânica é clara ao considerar a eutanásia um crime de homicídio.  Isso porque Nicklinson não seria capaz de ingerir sozinho drogas letais, mesmo que elas fossem preparadas por outra pessoa. Ou seja, sua morte teria de ser decorrente de um ato praticado por alguém.
Na ocasião, um dos juízes afirmou que uma decisão favorável a Nicklinson "teria tido consequências muito além dos casos atuais". "Ao fazer o que Tony (Nicklinson) quer, a corte estaria fazendo uma grande mudança na lei. E não cabe à corte decidir se a lei sobre morte assistida deve ser mudada. Sob o nosso regime, isso é um assunto para o Parlamento", afirmou o juiz.
'Devastado' 

No mesmo dia, Nicklinson se disse "devastado" pela decisão judicial, e sua família - ele era casado e pai de duas filhas - disse que ele pretendia recorrer e considerava a hipótese de parar de comer.  Lauren, sua filha, afirmou que a família continuaria lutando para que seu pai tivesse "uma morte sem dor e em paz" e rejeitou os argumentos dos críticos da eutanásia, dizendo que "a vida não deveria ser medida apenas em quantidade, mas em qualidade".

Também pelo Twitter, na manhã desta quarta, a família disse que Nicklinson disse, antes de morrer: "Adeus, mundo, minha hora chegou. Eu me diverti". Sua filha Beth escreveu pelo microblog que "não poderia ter pedido um pai melhor, (ele era) tão forte. Você agora está em paz, e nós ficaremos bem".

Metade dos dependentes químicos têm doenças psíquicas associadas


Metade dos pacientes com dependência química tem doenças psíquicas associadas, aponta estudo da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Foram analisados os perfis de 1,3 mil pacientes tratados nos últimos três anos na Unidade Estadual de Álcool e Drogas do Hospital Lacan, em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. Entre as mulheres, o percentual é ainda maior, 56% apresentaram doenças como depressão, bipolaridade e transtorno obsessivo-compulsivo. Entre os homens o índice foi 50,1%.

De acordo com Sérgio Tamai, coordenador da área de saúde mental da secretaria, a pesquisa confirma estudos internacionais sobre o mesmo tema e aponta para a necessidade de desenvolver uma assistência especializada para esses pacientes. “Não é um perfil de população desprezível. É necessário um ambiente mais protegido e profissionais que tenham especialização em droga dependência, mas também têm que estar familiarizados com o atendimento de pacientes com esses outros transtornos psiquiátricos”, disse.

O coordenador destacou a necessidade de um ambiente adequado, tendo em vista que pacientes depressivos com associação ao uso de drogas, por exemplo, são mais propensos ao suicídio. “Um indivíduo, internado em um hospital geral, pode tentar se matar saltando pela janela, e não faz parte da rotina desses hospitais ter esse tipo de preocupação. É preciso ter pessoal especializado”, declarou.

Tamai destacou ainda a importância de cuidados específicos com pacientes esquizofrênicos. “Os estudos mostram que metade desses pacientes tem uma droga dependência associada. Nesse caso, a droga em si modifica o padrão da doença. O indivíduo esquizofrênico que não é violento pode se tornar [violento] a partir do uso de cocaína, por exemplo. É um dado que precisa ser levado em consideração também”, explicou.

As especificidades no tratamento de dependentes químicos com associação a doenças psíquicas ocorrem também no tempo de internação dos pacientes, informou o coordenador. “Essa população tem um tratamento um pouco mais complicado. Mais do que triplica o tempo necessário de internação”. Segundo Tamai, o indivíduo que tem droga dependência isoladamente demora de uma semana a dez dias internado. Os pacientes com doença psíquica associada ficam internados de cinco a seis semanas.

A relação entre a dependência química e as doenças psíquicas ocorre quando a pessoa consome entorpecentes ou álcool em excesso e desenvolve, posteriormente, transtornos mentais. “O indivíduo que tem um transtorno mental está mais vulnerável a uma droga dependência”, declarou. Ele usou, como exemplo, o caso de um indivíduo com transtorno de ansiedade que consome bebida alcoólica para relaxar. O uso, no entanto, piora o quadro de ansiedade e cria um círculo vicioso, fazendo com que seja ingerida uma quantidade cada vez maior. “É a gênese do quadro de dependência”, destacou.

Segundo ele, o contrário também ocorre, quando o uso de entorpecentes leva à doenças psíquicas. O coordenador cita estudos internacionais que relacionam o uso de maconha à esquizofrenia, por exemplo. “Usuários que utilizam pelo menos uma vez por semana, dobram a chance de ter a doença nos cinco anos subsequentes”, disse. Ele destacou que esse risco é ainda maior se a pessoa tem histórico familiar de esquizofrenia.

Estadão

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Cresce uso de drogas para epilepsia e diabete no tratamento da obesidade

SÃO PAULO - Menos de um ano após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ter proibido a venda de remédios derivados da anfetamina para tratar obesidade, o consumo off label (indicação fora da bula) de drogas para epilepsia, depressão e diabete disparou no País.

Esses medicamentos (topiramato, liraglutida, bupropiona e metformina) não foram aprovados para o tratamento da obesidade, mas também fazem perder peso. Por isso, têm sido indicados para quem não consegue emagrecer tomando sibutramina ou orlistate, as duas opções oficiais restantes.
Mas esses remédios ainda não foram amplamente testados para o tratamento da obesidade. Apesar de existirem estudos em andamento, ainda não é possível afirmar que são totalmente seguros e eficazes para esses casos.
Levantamento do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos do Estado de São Paulo (Sindusfarma) feito a pedido do Estado mostra que a venda dessas quatro drogas (em unidades de caixas) aumentou acima do crescimento do mercado - o que mostra que a falta de opção de remédios para emagrecer têm feito médicos as prescreverem.
O consumo do anticonvulsivante topiramato, por exemplo, cresceu 64% no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2010, antes de a Anvisa proibir três dos medicamentos usados para emagrecer (anfepramona, femproporex e mazindol). Entre os principais efeitos colaterais do topiramato estão lentidão cognitiva, diminuição do raciocínio, esquecimento de palavras em um discurso e malformação fetal (risco de lábio leporino).
A liraglutida - indicada para tratar diabete e vendida com o nome de Victoza - chegou ao mercado em maio do ano passado e teve um crescimento explosivo nas vendas em setembro, mês em que uma reportagem em uma revista a apontou como droga "milagrosa" na perda de peso.
Em maio do ano passado, foram vendidas 1.270 caixas da liraglutida. Em setembro foram 35.402 caixas e em dezembro, 58.765, sendo que cada uma custa, em média, R$ 350.
A professora de inglês Sonia Aparecida Moreira do Nascimento, de 53 anos, pagou R$ 660 por duas caixas de liraglutida para emagrecer, mas interrompeu o tratamento porque não suportou os efeitos adversos. "Além de não perder peso, passei muito mal. Agora vou fazer cirurgia de redução de estômago", diz.
Antidepressivo. O consumo do antidepressivo bupropiona cresceu 54,6% nos seis primeiros meses de 2012 em relação ao mesmo período de 2010. Já a metformina, indicada para diabete, teve o aumento mais expressivo (100%), mas passou a ser fornecida de graça no Farmácia Popular - o que pode explicar o aumento.
"Esse é um fato absolutamente esperado. A Anvisa retirou três bons medicamentos do mercado. Com pouca opção, é natural que as pessoas tentem tratamentos não indicados nas bulas", afirma Walmir Coutinho, presidente da Associação Internacional para Estudo da Obesidade. Segundo ele, um terço dos pacientes não responde bem à sibutramina e muitos não se adaptam ao orlistate.
Márcio Mancini, chefe do setor de obesidade do Hospital das Clínicas de São Paulo, concorda, mas diz que, em termos de eficácia, essas drogas estão longe de serem consideradas ideais. "É previsível que ocorra um crescimento no consumo de qualquer medicamento que promova perda de peso", avalia.
O professor Mário Saad, do Laboratório de Pesquisa em Resistência à Insulina da Unicamp, estudou o mecanismo de ação do topiramato em ratos e descobriu que ele diminui a ingestão de alimentos e aumenta o gasto energético, mesmo sem exercício. "Não podemos fechar os olhos para uma doença crônica como a obesidade. Precisamos dar uma resposta à população que ficou desassistida."
O problema, explica Coutinho, é que muitos médicos prescrevem essas drogas para pacientes que precisam perder três ou quatro quilos. "Isso é inaceitável. São remédios não aprovados para tratar obesidade e, nesses casos, os riscos são muito maiores do que os benefícios."
Estadão

Microchip no céu da boca pode reduzir ronco em paciente com apneia leve


Pacientes que roncam e foram diagnosticados com apneia leve têm agora mais uma opção de tratamento. Um microchip implantado no fundo do céu da boca, o chamado palato mole, por meio de um procedimento minimamente invasivo, promete reduzir em até 80% o ruído do ronco.
Estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) aponta que 33% dos moradores de São Paulo sofrem de apneia do sono, caracterizada pela interrupção momentânea da respiração enquanto a pessoa dorme. Há estimativas que indicam que 50% da população em geral tenha o problema, que pode acarretar males como hipertensão, diabete tipo 2 e acidente vascular cerebral.
O implante palatal é comercializado com o nome Pillar e é fabricado pela Medtronic. A técnica, já usada na Europa e nos Estados Unidos, foi aprovada recentemente pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Cada unidade custa cerca de US$ 200 - são usadas de três a cinco implantes em cada paciente.
Nesta semana, a técnica será apresentada por médicos do Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital São Camilo, em São Paulo, durante um curso sobre diagnóstico e tratamento da apneia obstrutiva do sono.
Segundo José Antonio Pinto, chefe do serviço de otorrinolaringologia do São Camilo, a técnica é uma boa opção para pessoas com grau leve de apneia do sono, que é caracterizada por 5 a 15 interrupções da respiração em cada hora de sono. A apneia moderada ocorre quando o sono é interrompido de 15 a 30 vezes e a grave quando é acima de 30.
A técnica. De acordo com Pinto, a técnica usa minúsculos implantes de polietileno - um tipo de plástico usado na área cirúrgica e em outros enxertos. No consultório, o paciente recebe anestesia local ou sedação e, por meio de uma pistola especial, os implantes são aplicados no fundo do céu da boca do paciente, onde ocorre a maior vibração.
Em geral, são usados três implantes e o procedimento dura 20 minutos. Até agora, cinco pacientes do São Camilo receberam o implante, mas ainda não é possível avaliar os resultados porque o procedimento foi realizado recentemente. "Esses implantes produzem uma reação naquela região, gerando uma fibrose, uma cicatrização que enrijece o tecido e, consequentemente, reduz o rondo", disse Pinto.
O paciente retoma as atividades normais em seguida e consegue até se alimentar. Nas primeiras semanas pode ser necessário tomar algum analgésico para reduzir o inchaço. "Fica uma sensação de corpo estranho na garganta, mas some rápido."
Pouco eficaz. Para a médica Lia Bittencourt, coordenadora do Instituto do Sono, os resultados com o implante palatal não são tão eficazes quanto o uso do CPAP (aparelho que impede o fechamento da garganta durante o sono) e do aparelho intraoral (tipo de mordedura de silicone que mantém a boca do paciente fechada durante o sono e que puxa a mandíbula para a frente).
"O uso do CPAP é melhor para todos os casos, mas nem todos os pacientes aderem. Não está totalmente comprovado se o implante palatal realmente ajuda a regularizar as interrupções da respiração para menos de cinco vezes por hora de sono. Por isso, ainda não usamos", diz.
O otorrinolaringologista Michel Cahali, do Hospital das Clínicas de São Paulo, conhece a técnica e diz ter uma impressão ruim sobre sua eficácia. "Aparentemente, o implante seria eficaz para reduzir o barulho do ronco, mas teria eficácia quase zero para tratar apneia. E menos de 5% dos pacientes têm ronco sem apneia associada."
Para Cahali, ainda é necessário que sejam realizadas mais pesquisas na área para demonstrar que o implante é realmente uma boa alternativa, especialmente por causa do preço. "Não é um procedimento novo. Nos EUA deve ser usado desde 2004, mas a difusão ainda ébaixa porque a tecnologia é cara."
Estadão

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Quase 70% dos mortos por gripe suína tinham fatores de risco


Cerca de 69% dos casos graves que evoluíram para óbito em São Paulo, causados pelo vírus Influenza A H1N1 ocorreram em pacientes que apresentavam alguma doença crônica ou fator de risco, como hipertensão, obesidade, tabagismo, cardiopatia, pneumopatia, doenças renais e gestantes. Os dados, referentes a 2012, são da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.

“Estamos observando ainda a presença e a circulação do H1N1, como também do H3N2 e do vírus B. Mas os casos ocorrem em número menor do que em 2009, quando ocorreu a pandemia. Considerando a ocorrência dos casos de [vírus] Influenza em [doentes] crônicos e a gravidade, estamos, então, reforçando a orientação para eles se vacinarem”, disse a diretora de imunização da secretaria, Helena Sato.

Segundo levantamento do órgão, os casos graves confirmados para Influenza A H1N1 apresentaram queda de 38% em julho, em comparação com o mês anterior. Foram 61 casos graves da doença registrados no estado contra 98 em junho. Em 2012 foram registrados 212 casos de Influenza A H1N1, dos quais, 45 evoluíram para óbito.

Para os outros tipos de vírus da gripe, foram registrados no estado, em 2012, 102 casos graves do Influenza A H3N2 sazonal e três casos para Influenza B sazonal. Ao todo, 11 óbitos foram registrados em 2012 causados pelos dois vírus.

Vacinação - Desde o dia 16 de maio, início da campanha de imunização, os postos de saúde em São Paulo aplicaram 5,5 milhões de doses, 80,2% do total do público-alvo. As gestantes estão entre as que menos aderiram à campanha, com imunização de 77%. A vacina também é indicada para idosos com 60 anos ou mais, crianças a partir dos 6 meses e menores de 2 anos, indígenas e trabalhadores da saúde.

"A vacinação das grávidas melhorou um pouco em relação ao ano passado. A grávida, uma vez infectada pelo vírus da gripe, tem um maior risco de desenvolver complicações, como a pneumonia. Daí a importância de ser vacinada. Algumas não tomam a vacina por medo da reação. A vacina é muito bem tolerada. Não mais do que 10% das pessoas vacinadas podem apresentar alguma febre e esse tipo de reação não traz prejuízo ao bebê", disse Sato.

A vacinação pode ser feita gratuitamente nos postos de saúde por pessoas com doenças crônicas e com fatores de risco, por crianças entre 6 meses e menor de 2 anos de idade, grávidas em qualquer período da gestação, pessoas com 60 anos ou mais e por trabalhadores da saúde.

Estadão

RS registra mais quatro mortes por gripe suína, mas vê tendência de queda


A Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul informou a ocorrência de mais quatro mortes de pacientes com o vírus Influenza H1N1, o que eleva para 52 o total de mortes da doença no estado desde janeiro.

Dos 52 pacientes mortos no Rio Grande do Sul, 25 tinham outras doenças associadas, além da influenza A (H1N1) - gripe suína. Das últimas quatro mortes, duas ocorreram no dia 24 de julho. As outras duas, nos dias 25 e 30 do mesmo mês.

O maior número de mortes no estado foi verificado na 25ª semana do ano, entre os dias 17 e 23 de junho, quando 11 pessoas morreram. Esse número caiu para dez nas duas semanas seguintes e para oito na 28ª semana. O número de casos confirmados da doença vem caindo desde junho.

"Observa-se uma discreta tendência de queda [das mortes] a partir da 28ª semana [de 8 a 14 de julho]", diz trecho de boletim epidemiológico divulgado hoje pela secretaria gaúcha. "Ressalte-se que os dados são preliminares e podem sofrer alterações."

Em Santa Catarina, onde 72 já morreram em 2012, não há novas mortes desde 23 de julho. O Paraná, que contabiliza 33 óbitos, divulgará o seu próximo boletim na segunda-feira (6).

Na semana passada, o Ministério da Saúde divulgou números que indicavam uma curva decrescente das mortes provocadas pela doença no país.

Levantamento do ministério apontou que metade dos pacientes mortos em Santa Catarina recebeu o antiviral oseltamivir, conhecido pelo nome comercial Tamiflu, mais de seis dias após o surgimento dos sintomas. O antiviral, que reduz as chances de evolução da doença para um quadro grave, é mais eficaz nas primeiras 48 horas da doença. Técnicos do ministério estão no Rio Grande do Sul estudando as mortes ocorridas no estado.

Na Região Sul, cujo clima frio facilita a circulação do vírus, as 157 vítimas da doença neste ano equivalem a 19,9% das 789 mortes ocorridas em 2009. O fim da pandemia de influenza A (H1N1) - gripe suína foi decretado em agosto de 2010 pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Os médicos brasileiros estão orientados a receitar o oseltamivir a todos os pacientes com síndrome gripal residentes nos estados onde há maior circulação do vírus Influenza H1N1. A recomendação é que isso seja feito mesmo antes de resultados de exames laboratoriais ou sinais de agravamento da doença. A síndrome gripal é caracterizada pelo surgimento simultâneo de febre e tosse ou dor de garganta, dor de cabeça, dor muscular ou nas articulações.

Estadão

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Presidente de Uganda recomenda evitar contato físico para 'frear' surto de Ebola

Depois que 14 pessoas morreram em Uganda contaminadas pelo vírus ebola em apenas três semanas, o presidente Yoweri Museveni pediu que as pessoas evitem contato físico. O vírus se espalha rapidamente pelo país e as autoridades temem uma nova epidemia. Agentes de saúde buscam pessoas que tiveram contato com doentes para que sejam colocados em quarentena.

Museveni recomendou que as pessoas evitem apertos de mão, beijos e relações sexuais para prevenir o alastramento da doença. Segundo o presidente, amigos e familiares não devem enterrar ninguém que tenha morrido com suspeita de Ebola. "Em vez disso, agentes de saúde devem ser chamados, porque eles sabem o que fazer".
Sete médicos e 13 agentes de saúde do hospital de Mulago, instituição que é tida como referência em Kampala, a capital de Uganda -, estão em quarentena após terem diagnosticado pelo menos um caso, em que a vítima, um agente de saúde que havia sido transferido para a capital, morreu.
A primeira vítima dessa última epidemia de Ebola no país foi uma mulher grávida no distrito de Kibaale, aproximadamente 170 quilômetros a oeste de Kampala. O vírus teria se espalhado durante o funeral.
Uganda passou por pelo menos três surtos da doença nos últimos 12 anos. A maior epidemia ocorreu em 2000, quando 425 pessoas foram infectadas. Mais da metade delas morreu.
Ebola. O Ebola é uma das doenças mais virulentas do mundo. Contraída pelo contato físico, mata mais de 90% das pessoas infectadas. Não há vacina para o vírus. Os sintomas incluem início súbito de febre, fraqueza, dor de cabeça, vômitos e problemas nos rins.
Estadão

Brasileiro pode declarar doação de órgão pelo Facebook


O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e o vice-presidente do Facebook para a América Latina, Alexandre Hohagen, lançaram ontem no Brasil uma ferramenta que permite ao usuário da rede social se declarar doador de órgãos. Na prática, isso não modifica a regra de hoje, e a decisão de doar continua nas mãos da família. Por enquanto, só conseguirá adicionar o status de doador quem já aderiu à Linha do Tempo" do site, versão mais nova e completa de perfil de usuário. Nas próximas semanas, a empresa migrará compulsoriamente o perfil de todos os usuários que ainda não usam o novo formato.
Mesmo assim, o ministro defendeu que o Facebook servirá como "mais um instrumento para que se possa deixar claro em vida a parentes e amigos o desejo de ajudar".
Em entrevista, Padilha afirmou ainda que, com essa ação, quer promover um burburinho em torno do assunto e aproximar o tema dos jovens, maioria entre os que navegam no site.
A ferramenta foi lançada nos Estados Unidos em maio e começa a se espalhar por outros países. Mas esta é a primeira vez que um governo federal se engaja na divulgação - e com direito a confecção de camisetas do ministério personalizadas com "joinha", em alusão à opção "curtir" do Facebook - da campanha.
Para ativar a nova ferramenta, o usuário da rede social deve acessar sua Linha do Tempo, clicar em "evento cotidiano", selecionar "saúde e bem-estar", optar por "doador de órgãos", escolher o grau de privacidade e salvar.
Dados positivos. Enquanto incentiva a doação de órgãos via Facebook, o Ministério da Saúde comemora os novos dados de transplantes no Brasil.
De acordo com a pasta, o número aumentou 37% nos primeiros quatro meses deste ano em relação ao mesmo período de 2011 - 7.993 contra 5.842 procedimentos.
Nesse mesmo período, o número de doadores cresceu 29%, atingindo a média de 13,6 doadores por milhão de pessoas. Esse porcentual supera a meta da pasta, marca esperada somente para 2013. No ano passado, o índice era de 11,4 doadores por milhão de pessoas.
Coração. Entre os órgãos, o destaque vai para os transplantes de coração, que aumentaram 61% de janeiro a abril deste ano, comparando-se com o mesmo período de 2011.
Segundo o ministério, o transplante cardíaco era o que apresentava o crescimento mais tímido, por causa da complexidade da operação - o órgão suporta apenas quatro horas fora do corpo humano; o rim, por exemplo, aguenta até 36 horas.
O ministro credita esses avanços aos investimentos feitos por sua pasta.
Especialmente pela criação de novas Organizações de Procura de Órgãos e Tecidos, os chamados OPOs, que passaram de 10 para 62 de 2010 para este ano. Essas associações tem a responsabilidade de capacitar os profissionais envolvidos no processo, divulgar informações e mapear a existência de doadores em todo o Brasil.
Estadão