quinta-feira, 28 de junho de 2012

Cirurgia bariátrica cura diabete em 88% dos pacientes, mostra estudo


Um estudo brasileiro mostrou que a cirurgia bariátrica pode auxiliar o combate à diabete do tipo 2 em pessoas com obesidade leve. O trabalho, publicado na revista Diabetes Care, da Associação Americana de Diabete, avaliou 66 pacientes por seis anos, o acompanhamento mais longo até agora.

O Conselho Federal de Medicina já considera a cirurgia bariátrica uma alternativa válida no tratamento de pessoas com diabete aliada a obesidade grave ou mórbida (ou seja, com índice de massa corporal superior a 35 kg/m²).
O trabalho recém-publicado avaliou pacientes com obesidade moderada (índice de massa corporal entre 30 e 35 kg/m²) que recebiam tratamento no Hospital Oswaldo Cruz, em São Paulo.

Cerca de 88% dos participantes tiveram remissão do diabete – os médicos não costumam falar em cura. Depois de um período que variou de 3 a 26 semanas, eles deixaram de utilizar remédios orais e, desde a cirurgia, os sintomas não retornaram. Nos demais pacientes, mais de 11% registraram melhora no controle de açúcar no sangue.

Todos passaram por uma cirurgia conhecida como bypass gástrico, o mais popular tipo de cirurgia bariátrica no mundo (mais informações nesta página). “Utilizamos a técnica mais difundida e bem estabelecida”, explica Ricardo Cohen, coordenador do estudo e presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica.

Cohen afirma que a cirurgia deve ser cogitada quando outras alternativas clínicas já foram descartadas por se revelarem ineficazes. “O paciente que não reage a outros tipos de tratamento pode receber a indicação da cirurgia”, aponta o médico. “Mas antes é preciso tentar mudanças nos hábitos e medicamentos.”

O endocrinologista Sergio Atala Dib, coordenador do Centro de Diabetes da Escola Paulista de Medicina, concorda. “Os resultados (da cirurgia bariátrica) são promissores e apontam para uma estratégia quando outras abordagens falharam”, afirma.

Para Cohen, estudos como o que acaba de ser publicado devem motivar nos próximos anos uma ampliação dos casos em que a cirurgia pode ser indicada no País – para incluir os casos de obesidade moderada.

Tendência mundial. Airton Golbert, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, tem acompanhado de perto os resultados e também enxerga uma tendência parecida em todo o mundo. “Em 2010, a Federação Internacional de Diabete manifestou o consenso de que a cirurgia pode ser conveniente em alguns casos de pessoas com obesidade moderada”, recorda.

Mas sublinha que são necessários estudos com um número maior de voluntários. “Há publicações em revistas científicas importantes com algumas dezenas de pacientes”, aponta. “Para a indicação de um novo tratamento, normalmente são realizados testes clínicos que envolvem de 3 a 5 mil pessoas acompanhadas durante um período que pode variar de seis meses a dois anos.”

Walmir Coutinho, do Departamento de Obesidade da Sociedade Brasileira de Diabetes, considera primordial uma coordenação dos estudos em andamento, nas diversas instituições, para que possam fundamentar um protocolo coerente de indicação da cirurgia. “Cada equipe costuma utilizar uma metodologia, com critérios próprios”, afirma. “Desse jeito, fica difícil tornar os dados comparáveis.”

Ele mesmo participa de um estudo que verifica a conveniência da cirurgia para pessoas com diabete e sobrepeso (índice de massa corporal superior a 25 kg/m²). “Os resultados são bons, mas ainda não está claro se são melhores que os da abordagem tradicional”, diz Coutinho.

A diabete do tipo 2 é a forma mais comum da doença – corresponde a 90% dos casos. Afeta geralmente pessoas obesas com mais de 40 anos de idade. Ao contrário da diabete do tipo 1, que costuma ter raízes hereditárias, a do tipo 2 surge como consequência de maus hábitos alimentares e sedentarismo.
Vida nova. O empresário Claudionor Inácio da Silva, de 56 anos, participou do estudo realizado no Hospital Oswaldo Cruz. Ele tinha obesidade moderada e convivia havia 14 anos com a diabete. Durante quatro anos, precisou de remédios. Durante dez, recebeu injeções de insulina.

“Começava a ter problemas de visão. As feridas não cicatrizam. E você sofre uma série de restrições alimentares. É muito ruim”, recorda. “Hoje eu como de tudo, bebo uma taça de vinho por dia”, conta o empresário. A cirurgia também ajudou Silva a perder peso. Hoje, seu índice de massa corporal é considerado normal.

Contudo, o coordenador do estudo e presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica aponta que o estudo não mostrou uma correlação direta entre perda de peso e controle da diabete. “Mesmo pacientes que não emagreceram tanto tiveram uma grande melhora no seu quadro clínico”, aponta.
Estadão


Cerca de nove ciclistas são internados por dia em São Paulo


Um levantamento da Secretaria de Estado da Saúde revelou, nesta quinta-feira, 28, que cerca de nove ciclistas são socorridos diariamente em hospitais públicos vítimas de acidentes de trânsito no Estado de São Paulo. Desses nove internados, um chega a morrer, de acordo com o estudo. Somente no ano de 2011, 3,4 mil usuários de bicicletas foram internados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

O chefe do Grupo de Trauma Ortopédico do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do HCFMUSP, Jorge dos Santos Silva, explica que como, na maioria das vezes os ciclistas circulam pelo trânsito sem as principais proteções, as lesões mais frequentes acabam sendo traumatismos cranianos e da coluna vertebral, além das fraturas da pelve (bacia), dos ossos do antebraço, do fêmur e da tíbia.

A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), disponibilizou algumas recomendações de segurança para os ciclistas:

Velocidade: como a bicicleta é o veículo mais frágil, o aumento da velocidade implica o aumento do risco, portanto, a CET informa que, no trânsito é melhor evitar altas velocidades com o transporte.

Vias de trânsito rápido: por lei, é proibido o tráfego de bicicletas em vias expressas e em Rodovias. O tráfego em Avenidas, apesar de não ser proibido, é uma prática pouco segura para o ciclista.

Calçada: a calçada é de uso exclusivo do pedestres.
  
Equipamentos de segurança: o capacete é um equipamento de segurança recomendável para o ciclista e é essencial que ele seja de boa qualidade. Além disso, é obrigatório o uso de refletivos nos pedais, laterais, dianteira e traseira da bicicleta. Para melhorar a visibilidade do ciclista pelos demais motoristas, recomenda-se o uso de roupas claras e acessórios refletivos.

Tráfego pelo corredor: apesar de ser permitido circular entre veículos parados no "corredor" formado entre os carros junto ao bordo da pista, é necessário ressaltar que o ciclista estará se expondo a um risco muito grande.

Posicionamento no semáforo: é imprescindível que o ciclista se posicione à frente dos carros parados no semáforo, de modo a conseguir reservar seu lugar na pista.

A CET também afirma que a bicicleta é definida como veículo não motorizado e deve se sujeitar a todas as sinalizações implantadas nas vias.

Estadão

terça-feira, 19 de junho de 2012

Chá pode aumentar risco de câncer de próstata, indica pesquisa


Homens que cultivam o hábito de beber chá preto várias vezes por dia estão mais sujeitos a desenvolver câncer de próstata, afirma uma nova pesquisa.
Beber chá é uma das mais conhecidas tradições britânicas - Suzanne Plunkett/Reuters
Suzanne Plunkett/Reuters
Beber chá é uma das mais conhecidas tradições britânicas
Uma equipe da Universidade de Glasgow, na Escócia, fez um acompanhamento do estado de saúde de 6 mil voluntários do sexo masculino ao longo de 37 anos.
Eles descobriram que homens que bebiam sete xícaras de chá preto por dia - consumo relativamente normal nos países da Comunidade Britânica - tinham 50% a mais de chance de desenvolver câncer de próstata do que aqueles que não tomavam chá.
O câncer de próstata é causa de câncer mais comuns entre homens na Escócia e casos registrados de pessoas com a doença no país tiveram um aumento de 7,4% entre 2000 e 2010.
A pesquisa teve início em 1970 e analisou dados de 6.016 voluntários com idades que variavam entre 21 e 75 anos.
Estudo
Os participantes do estudo tinham de responder um questionário sobre seus hábitos de consumo de chá, café, álcool, cigarro e suas condições gerais de saúde. Menos de um quarto dos participantes do estudo eram consumidores regulares de grandes quantidades de chá. Destes, 6.4% desenvolveram câncer de próstata ao longo de 37 anos.
Pesquisadores descobriram que homens que bebem mais que sete xícaras de chá por dia tinham um risco muito maior de desenvolver câncer de próstata do que os que não bebiam chá ou que consumiam menos de quatro xícaras por dia.
O estudo foi comandado por Kashif Shafique, do Instituto de Saúde e Bem Estar da Universidade de Glasgow. Ele afirmou que ''estudos anteriores haviam indicado uma relação direta entre o consumo de chá preto e o câncer de próstata ou ainda um efeito preventivo do chá verde''.
"Descobrimos que os consumidores 'vorazes' de chá são mais propensos a não consumir álcool, não serem obesos e terem níveis mais saudáveis de colesterol", afirma Shafique. ''Não sabemos se o chá em si é um fator de risco ou se os consumidores de chá são geralmente mais saudáveis e vivem até mais tarde, quando o câncer de próstata é, de toda forma, mais comum'', completa.
Ele afirma, porém, que ''foram feitos ajustes levando em conta esses detalhes em nas análises e ainda assim descobriu-se que os homens que mais bebiam chá tinham mais riscos de desenvolver câncer de próstata''.
Estadão

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Pró-Sangue comemora estoques regulares no dia mundial da doação

Os estoques de sangue da Fundação Pró-sangue estão em níveis considerados confortáveis no momento, algo incomum para os meses de junho e julho, indica nota divulada nesta quinta-feira, 14, pela instituição.

Segundo o texto, os hemocentros abastecidos pela fundação fecharão o mês de junho com cerca de 10,7 mil bolsas de sangue de todos os tipos - com exceção do tipo B negativo, cujo estoque é crítico. A instituição, porém, avalia que são necessárias 12,5 mil bolsas para que os hemocentros operem com "folga".
Segundo a Pró-sangue, os estoques chegam a apenas 11 mil bolsas mensais. Mas há o alerta para o mês de julho, quando deve ocorrer uma queda de 30% no número de doadores. A redução ocorre por conta do frio e é comum que os níveis caiam depois do início de maio, quando se encerra a campanha pela doação.
Requisitos
Para doar sangue basta estar em boas condições de saúde, estar alimentado (evitar alimentos gordurosos 4 horas que antecedem a doação e bebidas alcoólicas 12 horas antes), ter entre 16 e 67 anos, pesar no mínimo de 50 kg e trazer documento de identidade original com foto.
No mais, quem já recebeu a vacina contra gripe pode fazer sua doação de sangue após 48 horas depois da vacinação. Porém, se a pessoa estiver com gripe ou resfriado, não deve doar temporariamente. Mesmo que tenha se recuperado, deve aguardar uma semana para que esteja novamente apta à doação.
Para outras informações ligue para o Alô Pró-Sangue 0800-55-0300, acesse o site www.prosangue.sp.gov.br. Os perfis da fundação nas redes sociais são facebook.com/prosangue e @pro_sangue (no Twitter).
Estadão

Leite materno humano bloqueia transmissão do HIV


Um experimento realizado na Universidade da Carolina do Norte mostrou que, em ratos "humanizados", o leite materno humano impede a transmissão oral do vírus HIV, informa a revista "Public Library of Science Pathogens".

"Primeiro, entre os ratos reconstituídos para se tornassem suscetíveis a doenças humanas como a Aids e que foram expostos ao vírus HIV, 100% foram infectados", disse à Agência Efe o autor principal do estudo, J. Víctor García, graduado em 1979 pelo Instituto Tecnológico e de Estudos Superiores de Monterrey (México).

Já quando os cientistas administraram HIV misturado com leite materno humano saudável, 100% ficaram livres da infecção, destacou o pesquisador.

As estatísticas indicam que mais de 15% das novas infecções com o vírus HIV ocorrem em bebês e, sem tratamento, apenas 65% deles sobrevive mais de um ano, enquanto menos da metade chega aos dois anos de vida.

O artigo indica que, embora se atribua ao aleitamento um número significativo dessas infecções, a maioria dos bebês amamentados pelas mães soropositivas não tem a infecção, apesar da exposição prolongada e repetida.

Para resolver a questão sobre se o aleitamento transmite o vírus ou protege contra ele, os cientistas da Escola de Medicina da UNC recorreram a um modelo de rato "humanizado" em laboratório.

"Os ratos são, por essência, resistentes à maioria das doenças que afetam os humanos", ressaltou García. "Para usá-los neste tipo de estudos, é preciso torná-los parcialmente humanos".

"Estes ratos são trabalhados um por um, introduzindo-lhes células-tronco da medula óssea humana às seis semanas de idade", acrescentou o pesquisador. "As células humanas vão a todos os órgãos e áreas similares dos humanos como boca, esôfago, pulmões, intestino, fígado e sistemas reprodutivos que se enchem de células humanas".

O HIV infecta somente os chimpanzés e os humanos, mas só deixa os humanos doentes. Com a reconfiguração de células humanas, os ratos tornam-se suscetíveis à infecção com o HIV.

Em seguida, a equipe de García, que trabalhou com mais de 50 ratos "humanizados", administrou em alguns deles o leite de mães saudáveis misturado com HIV, e a outros apenas o HIV, em ambos os casos por via oral. "Os ratos sensíveis à infecção e que receberam só o vírus adoeceram. Já os que receberam o vírus com leite materno não adoeceram".

"A próxima etapa do estudo é determinar se o leite de mães infectadas tem o mesmo efeito", anunciou o cientista. Mas, segundo ele, o que já foi estabelecido pela primeira parte do estudo dá novas pistas sobre o isolamento de produtos naturais que poderiam ser usados para combater o vírus.

Estadão

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Testes rápidos reduzem casos de sífilis congênita


Testes rápidos para sífilis são eficazes na diminuição dos casos de sífilis congênita, especialmente nas regiões mais pobres do planeta. É o que mostra um estudo realizado em seis diferentes países, entre eles o Brasil.

No País, a pesquisa já deu frutos. Restrita às comunidades indígenas do Amazonas e de Roraima, ela inspirou uma decisão de âmbito nacional: a incorporação dos testes rápidos de sífilis e HIV ao pré-natal do Sistema Único de Saúde (SUS), no fim do ano passado.

Todos os anos, a sífilis na gravidez é responsável por 500 mil abortos espontâneos e partos de natimortos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) calcula que dois milhões de gestantes convivem com a doença. Metade transmite sífilis aos filhos. Além do risco de morte, nos bebês infectados, também é maior a prevalência de prematuridade, baixo peso ao nascer e outros problemas congênitos.

"É revoltante. A sífilis é muito fácil de tratar com antibiótico: bastaria diagnosticar", afirma a ginecologista Adele Benzaken, que coordenou o estudo no Brasil. À época, ela trabalhava na Fundação Alfredo da Matta, em Manaus. Adele explica que não bastava mostrar que os testes funcionam quando são aplicados pelos pesquisadores. Era preciso provar que, nas precárias condições que marcam a atuação dos agentes de saúde nos confins da Amazônia, os testes seriam capazes de salvar vidas.

"A Fundação Bill e Melinda Gates (que financiou o estudo) não queria uma pesquisa teórica. Queria resultados que virassem políticas públicas", afirma Adele, que hoje trabalha no escritório do Programa das Nações Unidas para DST/aids (Unaids), em Brasília. Outros cinco países participaram da pesquisa - China, Peru, Zâmbia, Uganda e Tanzânia -, que foi coordenada por pesquisadores da London School of Hygiene and Tropical Medicine, na Inglaterra. O Brasil recebeu US$ 1,5 milhão do financiamento de US$ 9,2 milhões da Fundação Bill e Melinda Gates. O artigo com os resultados mereceu publicação na revista PLoS Medicine.

Na primeira fase da pesquisa, de 2002 a 2008, Adele ajudou a validar os testes rápidos disponíveis no mercado brasileiro. As pessoas que procuravam o serviço de saúde faziam o exame rápido e o convencional. Desta forma, os cientistas comparavam os resultados e puderam concluir que o método rápido, do ponto de vista técnico, oferecia resultados semelhantes ao do método convencional.

Nos anos seguintes, o grupo tentou provar a eficácia dos testes em um cenário real, em que os exames são aplicados por agentes de saúde. Escolheram as comunidades indígenas do Amazonas e de Roraima para realizar o estudo. Em parceria com a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e com o Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, do Ministério da Saúde,  treinaram os profissionais que atuam nas aldeias para realizar os testes rápidos de sífilis. Decidiram realizar testes de HIV também.

Ao todo, 45.971 índigenas com mais de 10 anos foram testados. Cerca de 1,6% tinha sífilis, incluindo 64 mulheres grávidas. O porcentual é semelhante ao observado na população brasileira. Entre os ianomâmis, a doença estava quase ausente. Mas, em aldeias do Alto Solimões e do Vale do Javari, a situação era péssima, com prevalências de 2,2% e 5%, respectivamente. "Há uma diferença grande entre as regiões", explica Adele. "Como são comunidades fechadas, enquanto a doença não chega, não há práticamente casos registrados. Mas, depois, ela se espalha com facilidade."

Para Adele, a "enorme brecha" que costuma existir entre pesquisas e ações concretas foi superada porque, desde o início, o estudo incluía uma cooperação com o poder público. Ela conta que o projeto criou um método próprio para controlar a qualidade do trabalho dos agentes de saúde: eles recebiam ampolas com amostras para testar. (Os cientistas sabiam de antemão qual deveria ser o resultado para cada amostra.) Se um agente de saúde errasse o diagnóstico, os pesquisadores analisavam a causa do erro. As hipóteses incluíam a má iluminação do local de trabalho ou a necessidade de mais treinamento. A estratégia também inspirou outros programas governamentais.

Estadão

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Táxis elétricos começam a circular na segunda-feira

SÃO PAULO - Os primeiros carros elétricos da história de São Paulo chegarão às ruas da cidade na segunda-feira. Serão dois táxis, que farão ponto no cruzamento da Avenida Paulista com a Rua da Consolação, na região central, e usarão a mesma tabela dos demais. Até o fim do ano, vão ganhar a companhia de outros oito veículos.

O projeto vem sendo discutido desde 2010. O modelo é o Nissan Leaf, produzido no Japão. Segundo o fabricante, o carro ainda não foi homologado pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) para ser vendido ao consumidor comum no Brasil. Os veículos só vão circular na cidade por causa de uma parceria "verde" entre a Prefeitura e a montadora.
A grande vantagem é a emissão zero de gases poluentes. Como a cidade é abastecida principalmente por energia hidrelétrica, também limpa, os ganhos ambientais são evidentes. Colocar a ideia em prática, porém, é algo tão complicado que precisou também do apoio da AES Eletropaulo e de empresas de frota de táxi. Os taxistas selecionados receberam o carro gratuitamente em regime de comodato e têm de seguir algumas regras. Entre elas, não circular fora da cidade e, de preferência, rodar apenas no centro expandido.
Os veículos são carregados por uma bateria ligada na tomada comum, mas o tempo de recarga (seis horas) e a autonomia do carro (160 quilômetros) são dois dos fatores que, se não fizessem parte de um programa piloto, inviabilizariam o uso de carros elétricos como táxis. Na comparação, um táxi comum roda, em média, 200 quilômetros por dia e enche o tanque em minutos.
Outra barreira, bem maior, para o consumidor final é o preço do veículo, que custa R$ 200 mil. Segundo a Nissan, a culpa é do excesso de impostos para a importação. "Basicamente, IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de 25%, mais os 30% extras anunciados pelo governo para importados, além de imposto de importação de 35% entre outras taxas", informou a assessoria de comunicação da montadora, que admite negociações com o governo federal para tentar reduzir os impostos.
Estadão

Exagero nos exercícios é prejudicial à rotina, alertam especialistas


Especialistas em exerícios e condicionameno físico alertam que o exagero nos treinamentos são prejudiciais ao corpo e podem ter até consequências psicológicas, prejudicando a rotina de quem passa do ponto na academia.
Treinar de manhã e de noite é exagero - o corpo cansa, alertam treinadores - Paulo Liebert/AE
Paulo Liebert/AE
Treinar de manhã e de noite é exagero - o corpo cansa, alertam treinadores
"Temos exemplos bons e ruins de pessoas que exageram. Exercícios são como uma droga - se não faz o bastante, não obtém a parte boa, mas se faz demais, vai ter problemas", afirma Geralyn Coopersmith, diretora do Instituto de Condicionamento Físico Equinox, dos Estados Unidos.
Contusões nas canelas, nos calcanhares e tendinite são alguns dos problemas mais comuns entre os exagerados. Cansaço, irritação e mudanças repentinas de humor, aumento do ritmo cardíaco, febre e indisposição são sitomas de que a pessoa passou do ponto, alerta. "Em alguns dias, deve ser intenso, em outros, nem tanto. Se houver exagero, o corpo pode não aguentar".
A personal trainer Amy Dixon, responsável por uma série de DVDs para quem quer se exercitar em casa, diz tratar do assunto do exagero com seus alunos, mas o faz de forma delicada e apenas com quem está disposto a ouvir. "Quem treina de manhã e de noite exagera um pouco. O corpo acaba cansando", alerta.
Já o fisiologista Tom Holland, de Connecticut, disse ter abandonado clientes que pediram que ele forçasse ainda mais os treinos - cuja carga já era pesada. "Há pessoas que acreditam ser o Lance Armstrong", diz, em referência ao ciclista americano conhecido pela resistência incomum. "Tento fazer com que não se machuquem. Sempre coloco um dia de descanso no programa, mas quando os clientes tentam eliminá-lo, tento explicar que são essas folgas que os mantêm saudáveis", diz.
O problema, porém, pode ser psicológico. Jessica Matthews, do Conselho Americano de Exercícios Físicos, já mandou alguns alunos procurarem ajuda. "É ótimo ter profissionais que ajudam os clientes a perceber que existe um problema". Dores de cabeça, insônia e dores musculares recorrentes são sinais de que a rotina deve ser reduzida. "Há muitos enefícios em se exercitar, mas o exagero faz com que esses fatores bons não apareçam", conclui.
Estadão

Esportes de ultra-resistência podem causar danos ao coração


Ao longo das últimas três décadas o número de participantes nas maratonas e outros eventos de ultra-resistência têm aumentado significativamente. A maratona de Nova Iorque, por exemplo, uma das mais respeitadas no mundo, em 2011 teve aproximadamente 47.000 participantes. Além disso, anualmente ocorrem mais de 500 corridas deste tipo pelo mundo inteiro. Nos últimos dois artigos publicados neste blog abordamos o impacto das atividades de ultra-resistência sobre os sistemas imunológico e endócrino.
Em revisão científica publicada esta semana na revista médica Mayo Clinic Proceedings foram examinados diversos estudos que quantificaram os potenciais efeitos nocivos ao sistema cardiovascular que decorrem da prática excessiva das atividades de ultra-resistência (maratonas, ultra-maratonas, triátlons, Ironman e provas prolongadas de ciclismo). Os investigadores examinaram vários estudos de atletas que treinaram e participaram de tais provas. O estudo liderado pelo Dr. James O’Keefe concluiu que em alguns indivíduos, os treinamentos e as práticas excessivas a longo prazo podem provocar a remodelação patológica estrutural e eletrofisiológica do coração, incluindo a fibrose, o enrijecimento dos átrios, do ventrículo direito e das grandes artérias. Assim sendo, potencialmente predispondo algumas pessoas às arritmias diversas e aumentando riscos cardíacos.
No entanto, os pesquisadores fizeram questão de enfatizar que os dados científicos demonstram os mais que reconhecidos benefícios dos exercícios físicos praticados diariamente de maneira moderada e que, aqueles que se exercitam aumentam sua expectativa de vida em média de sete anos em relação às pessoas que são fisicamente inativas.
Um dos coautores do novo estudo, o Dr. Carl Lavie, diretor médico de reabilitação cardíaca e prevenção do John Ochsner Heart and Vascular Institute de Nova Orleans, me disse em entrevista pelo telefone, que alguém que almeja obter simplesmente os benefícios fisiológicos à saúde, decorrentes das atividades físicas moderadas, não tem nenhuma razão para participar das maratonas ou dos outros eventos de ultra-resistência.
“Se o objetivo da prática do exercício fisico é o bem estar e a saúde em geral, a pessoa provavelmente acarretará todos os benefícios fisiológicos nos primeiros 30 a 55 minutos. Ao ultrapassar este tempo, talvez seja um desperdício. Em contrapartida, se o indivíduo  realmente extrapolar com cargas excessivas compatíveis a uma maratona e outras provas de ultra-resistência, então é possível que o impacto seja negativo para a saúde”, acrescentou o Dr. Lavie.
Concluindo, o cardiologista fez questão de frisar que precisamos de mais estudos para investigar o tema em pauta, para compreendermos de modo mais profundo, o impacto a longo prazo no sistema cardiovascular.
Estadão