Um médico e professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) está lançando um novo atlas para as doenças sexualmente transmissíveis (DST’s). A obra tem como público-alvo médicos de diferentes especialidades e até dentistas – pois essas doenças aparecem na boca em cerca de 10% dos casos registrados no livro.
Para o autor Mauro Romero, coordenador do centro de referência em DST da UFF, essas doenças estão sendo negligenciadas no Brasil. Ele afirma que a incidência de doenças como sífilis e a herpes, assim como do vírus do papiloma humano (HPV), estão crescendo no país.
O especialista conta que, muitas vezes, quando o paciente chega até ele, já está em estado grave, pois falta conhecimento sobre as doenças. Um exemplo que ele dá é do câncer de pênis, que muitas vezes se origina de um HPV. Sem o diagnóstico correto, o problema pode evoluir para algo pior.
No novo material, Romero tenta fazer um relato dos casos atendidos, desde a primeira consulta até o fim do tratamento, mostrando como deve ser feito o diagnóstico e qual é a medicação mais indicada, entre outros aspectos. A obra traz 1.376 fotografias e teve a colaboração de 102 profissionais. Além disso, há também filmagens das consultas e das cirurgias, o que, segundo o autor, é uma novidade e um diferencial em relação a outros livros.
“Livros médicos normalmente são quadrados, têm mil páginas, são para consulta”, argumentou Romero. “Essa forma de atlas mostra a verdade nua e crua do caso”.
Além dessa obra, destinada aos profissionais, o especialista tem também um livro chamado “HPV, que bicho é esse?”, destinado ao público geral. Para ele, a divulgação das DST’s deveria ser maior, para frear o avanço desse tipo de doenças.
Muitas vezes, elas envolvem preconceito e vergonha, e os pacientes ficam estigmatizados. Por isso, um capítulo do atlas é destinado a doenças que, apesar de surgirem na genitália, não são sexualmente transmissíveis, como alergias, por exemplo.
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