quarta-feira, 16 de março de 2011

Zinco, a promessa da vez: pesquisas apontam a atuação do mineral na gripe, libido e até em dentaduras



      Depois do cálcio, do ferro e da vitamina D chegou a vez do zinco. Com atuação no crescimento, no sistema imunológico, nos hormônios sexuais e em processos enzimáticos importantes, o zinco foi alçado à condição de suplemento da vez.
Há cerca de um mês, uma revisão de pesquisas mostrou que um comprimido, tablete ou xarope de zinco tomado em até 24 horas depois do primeiro espirro poderia aliviar os sintomas e diminuir a duração da gripe. Logo depois, alimentos tidos como afrodisíacos - como ostras e chocolate - tiveram seu alto nível de zinco enfatizado. E no início deste mês, a Academia de Odontologia Geral americana alertou para a quantidade de zinco consumida pelos usuários de dentaduras, já que o excesso de uso dos adesivos fixadores (que contêm zinco) pode causar náusea, dor de estômago e irritação na boca. Mas afinal, o zinco é mesmo tão importante?
Segundo a professora Sílvia Cozzolino, titular da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP) e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição, o mineral é tão importante quanto o ferro e o cobre, já que mais de 300 enzimas do nosso organismo dependem dele. Só não é novidade.
- Eu já formei entre 50 e 100 alunos em mestrado e doutorado e todos estudaram zinco. Só que esse material vai para as revistas científicas e o público não fica sabendo. Nós não somos muito marqueteiros - diz a pesquisadora em tom bem-humorado. - Agora estamos mais envolvidos com o selênio, uma hora chega a vez de falarem dele.
Uma das pesquisas da USP com zinco mostrou que, em indivíduos obesos, o zinco fica retido no tecido gorduroso e não atua nas outras funções do organismo. Além disso, a suplementação de zinco diminuiu a resistência à insulina nesses pacientes. Em crianças, o mineral aumentou o desenvolvimento cognitivo moderado, o que também poderia funcionar com idosos.
- O problema é que o zinco em quantidades não tão altas interfere com o cobre, o que pode afetar o metabolismo do ferro no organismo, daí o cuidado em indicar os suplementos - explica a professora, que calcula que entre 30% e 40% dos brasileiros tenham baixos parâmetros no organismo sem saber. - O ideal descrito na literatura são entre 70 e 110 microgramas por decilitro e o que encontramos está entre 60 e 80 microgramas por decilitro. Pessoas que ficam muitas vezes resfriadas ou doentes podem estar deficientes - alerta.
Uma alternativa aos suplementos são as fontes naturais de zinco, como ostras - a maior fonte de todas - , carnes, grãos e leguminosas. Mas segundo a nutricionista funcional Patrícia Hayat, além da pouca ingestão, o problema pode estar na má digestão do mineral, que causa um mau aproveitamento pelo organismo. O corpo então dá sinais, como manchas brancas nas unhas, alterações de olfato e paladar e perda de apetite.
- A carência crônica compromete o crescimento e o desenvolvimento, a cicatrização, a imunidade e o desenvolvimento sexual - exemplifica.
Para melhorar a digestão, a solução pode estar em algumas mudanças de hábitos alimentares, como beber menos líquidos às refeições, comer menos, ingerir menos carne e usar chás digestivos. Ao contrário do que se possa pensar, não é aconselhável usar fibras de adição como gérmen de trigo e linhaça.
- Essas fibras de adição ajudam no movimento intestinal e na eliminação, não na digestão. Se faltar fibras, o ideal é ingerir mais vegetais - explica Patrícia.
Para o endocrinologista Tércio Rocha, uma pessoa que coma frutos do mar três vezes por semana, legumes e verduras está bem coberto em relação ao nível de zinco.
- Temos que prestar atenção porque a cada hora há uma novidade. Nunca foi dito que algum elemento da tabela periódica não tinha importância, pelo contrário. Tudo é importante o tempo todo, o que acontece é que os pesquisadores às vezes direcionam as pesquisas para um elemento e 

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