quarta-feira, 23 de março de 2011

Dengue tipo 4 chega ao Nordeste; Bahia e Piauí registram três casos


Salvador (BA) e Teresina (PI) informaram o registro de três casos de dengue tipo 4, os primeiros na Região Nordeste. Até então, o vírus estava restrito à Região Norte, nos Estados de Roraima, Amazonas e Pará, no ano passado e em 2011.
Elói Corrêa/Agecom
Elói Corrêa/Agecom
Em Salvador. O secretário Gilberto José e Washington Couto
A presença do agente infeccioso - que traz risco de epidemias e casos graves da doença, pois a maioria dos brasileiros não entrou em contato com ele - voltou a ser observada após 28 anos.
Na Bahia, as vítimas são dois homens, de 27 e 30 anos, moradores da periferia de Salvador. Eles foram atendidos antes do carnaval e se recuperam. Segundo a Secretaria de Saúde (Sesab), não foi identificado como o vírus chegou à capital, pois nenhum dos infectados viajou recentemente.
O registro da dengue tipo 4 colocou a Bahia em estado de alerta. "A entrada do sorotipo coloca o Estado sob risco de nova epidemia", afirmou o chefe de gabinete da Sesab, Washington Couto. Há também o risco de que surjam muitos casos da forma mais grave da doença, a dengue hemorrágica, que em geral acomete quem já foi infectado por outro sorotipo do vírus.
E há temor de que se repita a situação de 2009, quando 123,6 mil pessoas foram infectadas e 67 morreram por causa do avanço do sorotipo 2. No Estado, predomina o tipo 1 do vírus e a estação chuvosa coincide com o outono e o inverno, quando a doença se alastra com rapidez.
Segundo a Vigilância Epidemiológica do Estado, 198 dos 417 municípios baianos correm risco "alto" ou "muito alto" de epidemia. A avaliação é feita com base nos índices de infestação predial do mosquito Aedes aegypti superiores a 1% - o máximo aceitável pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Neste ano, até o dia 12, foram notificados 9.584 casos suspeitos de dengue no Estado, número 17,9% menor que o registrado no mesmo período de 2010 (11.679). Três mortes causadas pela doença foram confirmadas pela Sesab: duas no sul do Estado (Jequié e Porto Seguro) e uma na região metropolitana de Salvador (Madre de Deus).
O Piauí também registrou o primeiro caso de dengue tipo 4. A sorologia de uma jovem de 17 anos que vive em Teresina foi confirmada pelo Laboratório Central do Ceará. Segundo boletim da coordenação de epidemiologia, o Estado tem 2.302 casos notificados no ano. Teresina e Piripiri lideram as infecções, com 842 e 517 casos, respectivamente. O número de casos é 18,8% maior que o registrado no mesmo período em 2010, mas houve queda de 32% em relação ao último boletim divulgado neste ano.
Rio. A capital do Rio também registrou aumento de casos em relação ao mesmo período de 2010. No primeiro trimestre de 2011 foram 8.315 casos - alta de 1.468%. Em 2010, foram notificados 3.120 casos na cidade.
Apesar do aumento de registros, a Secretaria Municipal de Saúde não classifica a situação como surto ou epidemia. O quadro mais grave é em Barra de Guaratiba, na zona oeste, onde a taxa de incidência é de 376,7 casos por 100 mil habitantes. O bairro Pedra de Guaratiba havia registrado taxa de 695,3 por 100 mil no mês passado, mas baixou para 178,1 por 100 mil em março. É considerado surto quando a taxa se mantém estável ou ascendente a partir de 300 casos por 100 mil habitantes. A secretaria informou que há tendência de redução no número de casos em março. A situação é reforçada com o encerramento do verão.
No Maranhão, a Vigilância Sanitária informou que voltou a registrar casos de dengue tipo 1, o que explicaria o aumento de 370% no número de casos no Estado em 2011 em relação a 2010. Até agora foram confirmados 2.797 casos, e a tendência é que haja aumento no volume de notificações até maio, quando termina o período chuvoso no Maranhão. / COLABOROU ERNESTO BATISTA, ESPECIAL PARA O ESTADO

PARA ENTENDER

1. O que é o DEN-4?
Um tipo do vírus da dengue que voltou a aparecer no Brasil no ano passado após ficar 28 anos sem registros.
2. Ele causa sintomas diferentes? 
Não. Os quatro sorotipos causam os mesmos sintomas.

3. Qual o motivo do alerta? 
A população brasileira não tem imunidade contra este sorotipo do vírus e há risco de epidemias caso ele se disperse. Além disso, a ocorrência de epidemias anteriores por outros sorotipos aumenta o risco de casos graves.

4. Como é o tratamento?
Não há tratamento. As medidas terapêuticas visam à manutenção do estado geral. Não devem ser usados derivados do ácido acetilsalicílico para a dor e a febre.

Fonte: Estadão. 


2 comentários:

  1. Não deixe água parada e limpa em vasos de planta, garrafas peti, pneus, caixas d’água, piscinas, entre outros recipientes que possam fazer com que o mosquito deposite seus ovos e dessa maneira se procrie.

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  2. Caso venha a sentir os sintomas, tais como: febre alta, dores musculares e nas juntas, manchas avermelhadas na pele, fraqueza, falta de apetite, fortes dores de cabeça, dor atrás dos olhos, procure imediatamente auxílio médico, nada de se automedicar.O quanto antes for tratada melhor.Previna-se!

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