segunda-feira, 18 de julho de 2011

Simão Cirineu aquele que abraçou a cruz de Jesus

Por que Jesus, a caminho do Calvário, permitiu que alguém o ajudasse a levar a cruz? Ele não poderia ter realizado um milagre como tantos outros que realizou anteriormente? Não poderia ter feito uso de sua onipotência, aquela onipotência com a qual Ele criou todas as coisas e sustenta o universo inteiro? Além do mais, naquela específica ocasião, realizar um milagre reergueria o conceito das pessoas sobre ele, e apaziguaria. o animo dos soldados com relação à sua pessoa. Mas ele não o realizou.
Jesus tinha poder suficiente para restaurar suas próprias forças, reerguer a cruz e voltar a caminhar de maneira firme até o local da crucificação. Por que não o fez? Poderia também ter chamado naquele momento milhares de anjos, e a ajuda de um só deles seria mais do que suficiente para reerguê-lo e ajudá-lo a levar a cruz. Jesus poderia ter feito qualquer uma dessas coisas, mas não as fez. Por quê?
Ele não chamou os anjos para socorrê-lo porque a cruz não era para os anjos. Ele também não realizou nenhum milagre para carregar a cruz porque aquela era a cruz dos homens e dele, Jesus Cristo, Homem. Portanto, era necessário que Ele a levasse na sua condição de homem, e que os homens a levassem com ele. Por isso Jesus consentiu que Simão Cirineu o ajudasse a levá-la (Marcos 15.21).
O Filho de Deus entregou-se a si mesmo para morrer na cruz visando a nossa redenção, o perdão dos nossos pecados. Ele primeiramente pôs sobre os seus ombros o jugo da sua cruz, e depois ensinou que cada um de nós deve carregar a sua (Marcos 8.34).
Com isto ele quis dizer que a cruz era tanto sua como nossa. Deveria ser tão-somente nossa, mas para que nós não tivéssemos de ser crucificados nela, ele tomou o nosso lugar.
Simão Cirineu não sabia que aquela era a cruz do Salvador dos homens. Se ele soubesse que ela era o instrumento da nossa redenção; se naquele momento Deus abrisse os olhos de Simão para que ele visse todos os frutos de salvação que a morte de Cristo na cruz iria produzir, certamente aquele cireneu não só ergueria e carregaria aquela cruz, mas até a abraçaria, sentindo-se honrado pelo simples fato de poder tocá-la. Imaginemos, portanto, o que não significaria carregá-la, caso Simão soubesse o que ela representava. A cruz que ele estava conduzindo não era a de um simples criminoso, mas a cruz do Filho de Deus, a cruz do seu Criador, do seu Redentor.
Simão não sabia nada disso, mas nós sabemos. Sabemos o que representa a cruz do nosso Salvador Jesus Cristo. Sabemos, portanto, porque devemos levar essa cruz que é dele e que é nossa. Levando a nossa cruz, não devemos esquecer que Jesus a levará conosco, assim como o cirineu o ajudou a levar a sua.
Sejam quais forem as lutas e aflições que enfrentarmos devido ao peso dessa cruz, Jesus sempre estará ao nosso lado fortalecendo-nos, ajudando-nos, confortando-nos. Tendo ao meu lado esse Simão Cirineu, o que devo temer? O que não poderei conseguir? Jesus levará comigo essa cruz se eu recorrer sempre a ele e aceitar a ajuda vinda de seu ombro e de sua mão.
Ainda que todos os flagelos do mundo caiam sobre mim, ainda que o mundo inteiro se levante irado contra minha vida, sempre terei ao meu lado esse Simão Cirineu. Ele prometeu estar conosco todos os dias (Mateus 28.20).
Portanto, devemos manter a firme resolução de levar a nossa cruz até o alto do nosso monte Calvário, ou seja, até o fim da nossa vida, quando então se iniciará a vida eterna para a qual Deus nos convida.
Jesus nos deu um chamado para cada um levar a sua cruz. Isso diz respeito principalmente a uma coisa, a responsabilidade do caráter de Cristo em nós. Devemos carregar a cruz do nosso irmão, mesmo sem saber quem ele é, e nunca ser uma pedra de tropeço em sua vida.

Rosa Azevedo

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