As fumantes que usam DIU (dispositivo intra-uterino) correm maior risco de ter inflamações graves na pelve. Para a médica Jaqueline Scholz Issa, do Hospital do Coração, o que mais preocupa, porém, é o uso de anticoncepcionais hormonais por fumantes. "O fumante corre mais risco de desenvolver algum tipo de trombose (coagulação de vasos sanguíneos)", explica.
A fumante que usa anticoncepcional oral multiplica por dez o risco de ter infarto no miocárdio e aumenta quatro vezes o risco de ter AVC (Acidente Vascular Cerebral). Luciana cotti, 26, por exemplo, teve um AVC (acidente vascular cerebral) e ficou muda e tetraplégica devido ao consumo de cigarro e pílula anticoncepcional. Ela conta sua história no livro "Sem Asas ao Amanhecer".As mulheres correm risco maior de terem uma doença coronária. Chega a ser 39 vezes superior em relação aos não-fumantes e aos fumantes que não usam anticoncepcionais, assim como as chances de problemas vasculares no cérebro aumentam 22 vezes.Especialistas concordam que as chances de acidentes vasculares causados pela combinação de fumo e pílula em adolescentes são de 3,4 em 100 mil. Após os 35 anos, porém, o risco aumenta tanto que cigarro e pílula são excludentes. Nessa idade, ou a mulher fuma ou toma pílula, a combinação é rigorosamente proibida.Segundo Scholz, o tratamento em mulheres que querem parar de fumar é diferente do aplicado nos homens. "Ao deixarem o cigarro, as mulheres aumentam de peso e desanimam mais facilmente que os homens", diz a médica, que, geralmente, receita o antidepressivo Zyban, sugere mudanças nos hábitos alimentares e um reforço na atividade física para controlar o peso.De acordo com o ginecologista Paulo Eduardo Olmos, chefe do Serviço de Reprodução Humana do Hospital Brigadeiro, em São Paulo (SP), no homem, o cigarro causa "uma discreta diminuição dos espermatozóides", o que diminui a chance de fertilidade.Olmos alerta também que a dependência do cigarro nas mulheres aliada ao consumo de álcool e a intensa vida sexual com vários parceiros pode causar infecção e obstrução nas trompas.Para o médico Marcos Mori, do Departamento de Reprodução Humana da Universidade Federal de São Paulo, casais fumantes que têm dificuldades na concepção "devem deixar de fumar por um período para tentarem com sucesso a fertilização".O andrologista e especialista em reprodução humana Edson Borges Júnior, presidente do Comitê Multidisciplinar da Associação Paulista de Medicina, concorda, porém diz que "não há como medir a chance de sucesso, tudo depende de fatores como, quanto tempo o casal fuma e qual o dano que o fumo causou nas funções sexuais", completa.
Fonte: Folha
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